domingo, 24 de fevereiro de 2013

À Minha Cidade


Tarde ensolarada de sábado, passeando pela Vila Madalena...Para uma cabecinha agitada, é um alívio não precisar pensar em nada, apenas caminhar e deixar o tempo passar, sem pressa...
Desço a Teodoro Sampaio. Destino certo: preciso passar pela Benedito Calixto e comer o melhor brigadeiro do mundo, numa das barraquinhas que ficam ali dentro da feirinha. O senhorzinho, que há tantos anos oferece os melhores doces em compota que eu já vi e provei, está ali, sempre sorridente e atencioso...”Vai querer o que hoje, menininha?”. Menininha! Não sei ao certo se continuo indo a este lugar pelo sabor dos doces ou pela doçura de continuar sendo chamada tão generosamente de “menininha” quando já não sou mais uma. Peço meu predileto, e recebo, de bônus, um tanto de paçoca por cima...Hum! Meus olhos brilham! Sim, o tempo passa, mas meu gosto infantil continua...
Brigadeiro em mãos, ouço na barraca ao lado o início de uma música ao vivo...Um Choro...Um alegre Choro...Sou atraída pelo som aconchegante, observo a banda...De repente, um dos integrantes da platéia, senhor de seus já setenta e tantos anos, vestido e barbeado impecavelmente (deve ser daqueles que ainda vão, diariamente, ao barbeiro e mandam fazer suas roupas sob medida, no alfaiate), oferece sua mão direita à uma moça que também assiste à apresentação. Ela aceita o convite e começam a dançar. Pareciam dois jovens! Quanta vitalidade no cavalheiro...Dançavam, rodavam, sorriam...Impossível não se encantar com cena tão leve...
Saí sorrindo...Vou para a calçada e ouço mais um som que me chama a atenção. Do outro lado da rua, atabaques e palmas de mão. Ah! Que lindo! Uma roda de capoeira! Corro para perto, quero sentir aquela energia, aquela força que vem do sangue de nossos ancestrais! No centro, vejo a luta...Ou dança...Movimentos sincrônicos...Música, muita beleza..Mais uma faceta da diversidade que esta cidade oferece.
Caminho mais um pouco. Agora estou subindo a Teodoro...E há uma banda rock em cada esquina. Bandas tocando na rua, dentro das lojas, a platéia são os pedestres. Meus amigos portenhos e San Telmo que me perdoem, mas hoje sou muito mais São Paulo! Que coragem, que alegria, quanta energia! Coragem também do rapaz tocando violino, dentro do corredor da estação Clínicas do metrô...Mas era coragem com mais suavidade, brandura...Um presente para o povo que por ali passa, apressado.
Obrigada, minha cidade! Em meio às agruras, mostras que ainda tens muitas belezas a oferecer...E, graças a estes teus presentes, fui capaz de concluir, feliz, que a vida é boa, muito boa!
Uma tarde cheia de som, surpresas, sabores, saudade...Sim, São Paulo... Se és sina, sou tua serva...

quarta-feira, 6 de fevereiro de 2013

Luz! Para poder ver...


Más notícias...Logo cedo, me deparo com informações não muito otimistas relacionadas a pessoas que estão bem próximas e eu amo muito. Coisas que estão absolutamente fora do meu alcance resolver. Até porquê, nem fui eu que as criei...Mas e eu lá quero saber? Abraço os problemas dos outros e me afeto de uma maneira que nem mesmo a pessoa que está passando pelas referidas dificuldades se afeta. O que eu consigo com isso? Nada mesmo...Apenas acabo me tornando mais um problema. Sim, quero ajudar, não sei como, me atrapalho, sem resultado e bah! Que sensação de impotência...E eu, não tenho problemas pra resolver? Claro, todos temos...Família, dinheiro, trabalho...Mas eu tenho mesmo esse péssimo hábito de somar. Não basta querer resolver os meus. Tenho que dar um jeito de resolver os dos outros...Resultado: prostração. Uma hora inteira na cama, pensando, tentando achar saídas, fazendo contas...Enfim, tomo a decisão mais sábia naquele momento: levanto e vou dar uma volta no quarteirão. Mas não só! Preciso de confidentes...Ponho as coleiras na Tuca e no Vini e saímos os três.
Ainda na porta de casa, olho para o céu e percebo que tomei a decisão certa: um dia lindo e ensolarado nos saudando, aquela imensidão me mostrando que todo problema é mínimo. Uma vez ouvi a seguinte frase (não sei quem é o autor): "só devemos nos preocupar com as grandes coisas e tudo são pequenas coisas".  Quanta verdade vejo agora nessa afirmação!
No caminho, um grupo de senhoras sorridentes, caminhando pela calçada, fica encantado com os cachorrinhos...Elas riem, apontam para eles, balbuciam "fofurices"...Tenho a nítida impressão que um raio mais brilhante de Sol repousa sobre elas.
Ando mais um pouco e dessa vez a Tuca encontra um amigo. É um encontro de uma alegria tão autêntica, tão contagiante! Eles parecem se agigantar, tamanha empolgação com o encontro! Os olhinhos brilham, as caudas mexem freneticamente, se lambem, farejam...Lindo de ver. Tão simples...Quantas vezes já quis ser recebida assim, com essa alegria, pelas pessoas que amo...Quantas vezes, por outro lado, deixei de me empolgar assim ao encontrar alguém que estava precisando da minha alegria. E eu, preocupada com alguma coisa "muito importante" da qual nem lembrava mais no dia seguinte, nem me dei conta. Como perdemos tempo precioso de vida com bobagens!
Foi um passeio breve...Cheio de alegria, Sol, energia...Me senti refeita.
Chego em casa e meu irmão está cantando uma música que não me saiu da cabeça durante todo o dia:

I Can See Clearly Now (Jimmy Cliff)

I can see clearly now the rain is gone.
I can see all obstacles in my way.
Gone are the dark clouds that had me blind.
It's gonna be a bright (bright)
bright (bright) sunshine day.
It's gonna be a bright (bright)
bright (bright) sunshine day.

Oh yes, I can make it now the pain is gone.
All of the bad feelings have disappeared.
Here is the rainbow I've been praying for.
It's gonna be a bright (bright)
bright (bright) sunshine day.

(ooh...) Look all around, there's nothing but blue skies.
Look straight ahead, there's nothing but blue skies.

I can see clearly now the rain is gone.
I can see all obstacles in my way.
Here's the rainbow I've been praying for.
It's gonna be a bright (bright)
bright (bright) sunshine day.
It's gonna be a bright (bright)
bright (bright) sunshine day.
Real, real, real, real bright (bright) bright (bright)
sunshine day.
Yeah, hey, it's gonna be a bright (bright) bright (bright)
sunshine day.

E, sim...Foi um brilhante dia de Sol dentro de mim.

"Só devemos nos espantar com as grandiosas coisas boas...e todas as coisas boas são grandiosas!"

sexta-feira, 21 de setembro de 2012

Para a Primavera

Lá estava ela...A moça, que se acreditava princesa do reino das flores, se percebe órfã, sem reinado. Uma vida inteira cuidando de seu jardim, semeando, podando, adubando...Adornando com flores coloridas a terra outrora infértil. Trabalho árduo. Para ela, vital. Vez em quando, uma erva daninha...Outras vezes, pragas invadiam a folhagem e tiravam das flores todo o perfume, a beleza, o frescor...Elas ficavam murchinhas, sem vida, uma tristeza só! Mas a moça não cansa! Trabalha como formiguinha, busca novas formas de acabar com as safadinhas que tentaram destruir seu jardim e previne a invasão de próximas enfermidades. A moça é forte! Aquele jardim é tudo para ela...Sua vida, sua meta. Ela sabe que nem sempre irá florir, mas espera pacientemente pela Primavera. E nisso encontra a beleza da paciência...Mesmo que hoje esteja tudo seco, sem cor...Ela tem a certeza da mudança de estação! Ela sabe que, em alguns meses, tudo volta a ficar alegre e suave...Imagine se, em momentos de secas e pragas, ela se apegasse apenas ao agora? Tristeza...
Mas um dia veio o ciclone. Afortunadamente, seus vizinhos, prevendo o caos, a convidaram para abrigar-se em sua casa, lá havia lugar especialmente preparado para estas fatalidades. Ela precisava sobreviver, mas estava num dilema: e seu jardim? O que seria dele? A catástrofe era inevitável...Mas ela precisava garantir ao menos a sua sobrevivência.
Passada a tempestade, ela volta para casa...Seu jardim? Não é mais...Seu arco-íris na terra estava destruído...Nada mais de flores, nem um galinho seco pra contar estória...E sua roseira...Sua predileta...Agora era só memória...
Ela deita na terra revirada, ela descansa sobre o caos. Chora. Tudo em vão. Sente a impotência, a tristeza. Viveu por suas flores. Mas vem algo Maior que sua dedicação e lhe mostra o quanto ela pode se sentir insignificante. Sim...Ela se percebe um nada...Assim, "como quem partiu ou morreu". Passa horas assim. Pensa em sua estória. Em tudo o que viveu. Em todos os esforços que dedicou à preservação de suas flores. Que faria agora? Pensou em desistir. É, iria desistir. 
Ela adormece...Não sabe por quanto tempo esteve dormindo. Mas acorda com uma forte luz sobre seus olhos. Os abre com dificuldade e demora a identificar a imagem luminosa...Disforme. Uma luz cor de violeta, apenas. Está bem perto. Passeia sobre seus pés...Suas pernas...Seus braços...Sua cabeça. Se demora mais sobre seu coração e a moça sente uma força sobrenatural. Levante um pouco o pescoço, olha em seu entorno, percebe tudo ainda destruído. Mas sua sensação é outra...Não mais resignada. Sente brotando dentro de si uma vontade imensa de recomeçar! Suas pernas estão fortes, seus braços também! Ela quer seu jardim de volta! E sabe que só depende dela reconstruí-lo. 
Aos poucos, vai se levantando...Permanece sentada alguns segundos...Direciona seu olhar àquela luz e percebe que, no meio daquela imagem iluminada, existe um ponto escuro e pequenino. Tem o impulso de tocá-lo e assim o faz. Encosta naquele pontinho do tamanho de um feijão, pinça com seus dedos e o traz para si. Sim, é uma semente...Ela conhece bem aquela semente...
É o que ela tem agora: a terra para fertilizar, o sol e a chuva para fazer brotar e, nas mãos revigoradas, segura, cuidadosamente, a semente de sua roseira.

*Fatos recentes livremente interpretados nessa estória. Agradecimento especial à Chico Buarque e sua Roda Viva e à menina desconhecida que me presentou com músicas religiosas, afirmando, sem nunca ter me visto, que "tudo vai dar certo". Esse texto é dedicado à sua gentileza.

segunda-feira, 21 de maio de 2012

Da Caridade

País da fraude...País da falta de educação...País do “jeitinho”...Sujeira e pobreza por todo canto...Mais um fim de tarde no metrô de São Paulo. Pressa, muita pressa! Com licença? O que isso significa? Não, não é fácil passar incólume por essa experiência...Enquanto tento manter minha serenidade, esses pensamentos transbordam de minha mente e imagino como seria doce ter nascido num lugar bem bonito e perfumado, cheio de gente bem educada e beleza...Mas não! Fui nascer bem aqui...Sabem por quê? Porque é este país, esta cidade que me dá a oportunidade de ver uma cena dessas: descendo uma escada rolante, dentro do terminal Bandeira, percebo uma senhora maltrapilha que “mora” por ali. Ela estava acomodada nos últimos degraus da escada fixa. Ao seu lado, ajoelhada no chão, uma jovem que, certamente, preenche os dados de endereço residencial quando precisa cadastrar-se em algum lugar...Ao lado das duas, uma bolsinha com itens de primeiros socorros. A garota, no momento em que passei por elas, estava envolvendo a perna ferida da mendiga numa gaze. Com o zelo e o carinho de quem cuida de um filho. Prestando bastante atenção, seria possível ver as estrelinhas que emanavam das duas...

Bom ver miséria e dor? Não, é óbvio...Bonito é poder ver, nestes gestos, a beleza da caridade. Flores brotando na lama...
Momentos como este me mostram como tudo, tudo mesmo faz sentido...
 
I Epístola de Paulo aos Coríntios
 
Ainda que eu falasse as línguas dos homens e dos anjos, e não tivesse Amor, seria como o metal que soa ou como o sino que tine. E ainda que tivesse o dom da profecia, e conhecesse todos os mistérios e toda a ciência, e ainda que tivesse toda a fé, de maneira tal que transportasse os montes, e não tivesse Amor, nada seria. E ainda que distribuísse toda a minha fortuna para sustento dos pobres, e ainda que entregasse o meu corpo para ser queimado, se não tivesse Amor, nada disso me aproveitaria. O Amor é paciente, é benigno; o Amor não é invejoso, não trata com leviandade, não se ensoberbece, não se porta com indecência, não busca os seus interesses, não se irrita, não suspeita mal, não folga com a injustiça, mas folga com a verdade. Tudo tolera, tudo crê, tudo espera e tudo suporta. O Amor nunca falha. Havendo profecias, serão aniquiladas; havendo línguas, cessarão; havendo ciência, desaparecerá; porque, em parte conhecemos, e em parte profetizamos; mas quando vier o que é perfeito, então o que é em parte será aniquilado. Quando eu era menino, falava como menino, sentia como menino, discorria como menino, mas, logo que cheguei a ser homem, acabei com as coisas de menino. Porque agora vemos por espelho em enigma, mas então veremos face a face; agora conheço em parte, mas então conhecerei como também sou conhecido. Agora, pois, permanecem a fé, a esperança e o amor, estes três; mas o maior destes é o Amor.

quinta-feira, 10 de maio de 2012

Dia de Festa

Há algumas dezenas de anos, desceu à Terra um anjo. Hoje se comemora mais um ano de sua chegada e quero prestar uma homenagem que nem de longe está à altura do seu merecimento. Mas ao menos registra um pouco da admiração que tenho por ele. Creio ser adequado falar dele neste espaço, pois o considero um dos seres mais gentis que já conheci. Quando criei este blog, sabia que, faltando o olhar da gentileza em minhas observações cotidianas, bastaria descrever um dia de sua vida, qualquer dia. Pois não houve um sequer até hoje no qual tenha faltado uma atitude, uma palavra de gentileza e amor vindos dele. E estes gestos não são exclusivos às pessoas que ele ama. Ele é alguém autenticamente gentil com todos os que cruzam seu caminho...Desconhecidos, amigos, familiares e até os ditos “inimigos”, se ele os tivesse. Afinal, ser inimigo de alguém assim tão sublime seria admitir estar num nível muito abaixo do limiar da mediocridade.
Mas o que tem ele de diferente? Outro dia, sua filha disse que ele é um homem raro...E, no lugar de gabar-se pelo elogio, ele, ao contrário, pensou no quanto deveria ser natural agir da maneira como age diante das situações rotineiras e no trato com as pessoas. Ele não quer ser diferente...Mas é! Especial e positivamente diferente. Preza por um mundo mais amoroso. Faz isso em sua vida, com sua filha, seus amigos, em seu trabalho, na maneira como se alimenta...Ele não é apenas um homem educado; ele é um verdadeiro cavalheiro! Mais do que “palavrinhas mágicas” (por favor, obrigado, com licença...), ele tem sempre engatilhada a PALAVRA CERTA. Seu ser inteiro inspira serenidade. É alguém a quem seria impossível imaginar levantando a voz ou a mão para qualquer ser. Jamais faria ou falaria algo para humilhar ou ofender quem quer que seja...Para ele, impera o respeito à opinião e escolha dos outros. Por exemplo: é vegetariano convicto, por respeito e amor aos seres vivos, mas jamais entraria em discussões violentas para defender seu ponto de vista. Para ele, um discurso amoroso é muito mais eficiente que um “palavrório cheio de impropérios”...Aqui, usei propositalmente estas palavras menos comuns como forma de, mais uma vez, homenageá-lo, pois é um verdadeiro amante da palavra e não perde uma oportunidade de “lapidar-se”. Desnecessário falar de sua inteligência...Tão cheio de virtudes, certamente também teria essa da curiosidade por tudo aquilo que lhe permita evoluir.
Paciência, generosidade, calma, doçura, bom senso, respeito ao próximo...São qualidades as quais fazem do Meu Amor um ser realmente único. Gostoso estar perto dele e poder aprender sobre o que é ser uma pessoa de Paz. Ele frequentemente consegue, com seu jeito especial de ser, transformar para o Bem situações desagradáveis e humores hostis. É capaz de extrair sorrisos da pessoa mais amarga e alegrar o dia, com sua simpatia e senso de humor, daqueles que têm o privilégio de conviver com ele.
Seu otimismo percebe aprendizado nas situações mais adversas e sua tolerância com as falhas alheias é infinita...Raiva ou mágoa são sentimentos que passam bem longe de seu coração.
Tudo isso faz dele um amigo, um pai, um namorado exemplar.
Sou imensamente grata por ter sido a escolhida para estar ao seu lado e ser sua companheira. Estar perto dele é ter lições diárias de Amor, no aspecto mais amplo deste sentimento. Aliás, ele tem o gracioso hábito de, ao pedir algo em algum estabelecimento (um café ou um prato qualquer...), que seja feito e trazido “com amor”.
Te agradeço, Meu Amor, pela oportunidade de aprender, estando ao seu lado, a ser uma pessoa melhor. Te parabenizo não somente pelo seu aniversário, mas pelo exemplo de ser humano que é. Mais que raro...É um verdadeiro presente para quem tem a felicidade de compartilhar a vida com você.
Que os anjos sejam mesmo eternos!

segunda-feira, 26 de março de 2012

Corrente do Bem

Faz mais ou menos uns dois meses que eles apareceram lá na porta do lugar onde eu trabalho. Juntinhos, enroladinhos, dentro do canteiro em frente ao prédio. O canteiro tem bastante terra e, naqueles dias de chuva, estava um barro só. Sou apaixonada por animais, especialmente cachorros e gatos. Claro, parei para “conversar” com eles...Como é de praxe acontecer comigo quando faço amizade com algum animalzinho, foi amor à primeira vista. Falei com eles, dei carinho e logo tratei de comunicar a todos os meus colegas, os quais eu sei que tem alguma atração por bichos de estimação, sobre os novos “hóspedes”. E assim começou uma estória linda que teve um “final” hoje. Na verdade, é mesmo o começo de uma nova vida para eles.
O Nico e a Nina formam um simpático casal de cachorros vira-latas. Eles são sujos, maltrapilhos, perebentos e apaixonantes! Do início de Fevereiro até hoje, me habituei a chegar ao trabalho, subir o elevador e ter, como primeira atividade do dia, o cuidado dos dois. Comida, água limpa...Virou uma rotina deliciosa!  Daí para levar ao veterinário, providenciar vacinação e cuidar das feridinhas foi rapidinho...
Mas o que gostaria de deixar registrado aqui nem é o fato de ter cuidado deles. Isso, para mim, foi um prazer! O gostoso mesmo foi o que veio de bônus...Consegui mobilizar, por meio de correio eletrônico, rede social e até por um vídeo produzido pelo Meu Amor, dezenas de pessoas amorosas e generosas! Desde gente que divulgou a estória deles até o adotante, foi uma delícia poder ter um novo contato com pessoas para quem eu tinha o costume de apenas cumprimentar formalmente. Conheci a estória de muitas delas, estórias de amor aos seus “filhos”...Conheci pessoas desapegadas, doando dinheiro para ajudar nos cuidados dos dois, usando um pedacinho do seu tempo precioso de intervalo para descanso para me ajudar a cuidar da orelha do Nico, que estava bem ferida...Pessoas que passaram a sorrir mais para mim, querendo saber das novidades sobre os cachorrinhos...Gente grata por saber que existia uma pessoa realmente preocupada com o futuro daqueles bichinhos. Houve até o caso da ascensorista que, por algum motivo desconhecido por mim, nunca respondia quando eu lhe desejava “bom dia” e, como por milagre, passou a sorrir e perguntar sobre os cachorros, falando que era bom eles estarem sendo cuidados, pois sua vida era tão preciosa quanto à nossa!
E foram tantos divulgando o vídeo que fizemos para a adoção dos dois que, um dia saindo do prédio, fui abordada por uma mulher a quem nunca tinha visto antes, dizendo ter adorado o “meu vídeo”.
Para mim, toda essa mobilização foi uma grata surpresa!
Estou feliz porque eles encontraram um lar amoroso! Estou feliz porque eles foram anjos de quatro patas, mobilizando e unindo tantas pessoas, sem as quais esse final feliz não seria possível! Estou feliz por me dar conta de que estou rodeada de gente generosa...
Mas...Devo confessar: dá um apertinho no peito quando penso que aquelas patas cheias barro não vão mais sujar minha roupa limpa e não sentirei mais aqueles focinhos gelados ou aquelas lambidas de exagerada gratidão...

terça-feira, 6 de março de 2012

Gentileza de Surpresa

Hoje fui surpreendida com uma atitude muito gentil de um colega do meu trabalho.
Costumamos conversar sobre cinema e outro dia comentei o quanto eu gosto de O Pequeno Príncipe. Ele, então, me trouxe um DVD emprestado de um filme que comentei ainda não ter assistido (A Felicidade Não Se Compra) e me deu o outro de presente! Ganhei o DVD d'O Pequeno Príncipe!
A surpresa se deu por não ser alguém com quem eu tenha um contato diário ou uma amizade muito grande. Encarei este presente como símbolo de bondade gratuita e desprendimento, além de revelar uma atenção ao outro que não é comum. De fato, é alguém que está sempre demonstrando atitudes de gentileza. Poucos homens ainda têm o cuidado de, por exemplo, dar passagem e abrir portas para mulheres (salvo alguns pouquíssimos amigos e o Meu Amor, claro). Posso até parecer antiquada e as feministas que me desculpem, mas eu adoro!


Foi isso. Gostei! Pequena atitude cativante.