segunda-feira, 21 de maio de 2012

Da Caridade

País da fraude...País da falta de educação...País do “jeitinho”...Sujeira e pobreza por todo canto...Mais um fim de tarde no metrô de São Paulo. Pressa, muita pressa! Com licença? O que isso significa? Não, não é fácil passar incólume por essa experiência...Enquanto tento manter minha serenidade, esses pensamentos transbordam de minha mente e imagino como seria doce ter nascido num lugar bem bonito e perfumado, cheio de gente bem educada e beleza...Mas não! Fui nascer bem aqui...Sabem por quê? Porque é este país, esta cidade que me dá a oportunidade de ver uma cena dessas: descendo uma escada rolante, dentro do terminal Bandeira, percebo uma senhora maltrapilha que “mora” por ali. Ela estava acomodada nos últimos degraus da escada fixa. Ao seu lado, ajoelhada no chão, uma jovem que, certamente, preenche os dados de endereço residencial quando precisa cadastrar-se em algum lugar...Ao lado das duas, uma bolsinha com itens de primeiros socorros. A garota, no momento em que passei por elas, estava envolvendo a perna ferida da mendiga numa gaze. Com o zelo e o carinho de quem cuida de um filho. Prestando bastante atenção, seria possível ver as estrelinhas que emanavam das duas...

Bom ver miséria e dor? Não, é óbvio...Bonito é poder ver, nestes gestos, a beleza da caridade. Flores brotando na lama...
Momentos como este me mostram como tudo, tudo mesmo faz sentido...
 
I Epístola de Paulo aos Coríntios
 
Ainda que eu falasse as línguas dos homens e dos anjos, e não tivesse Amor, seria como o metal que soa ou como o sino que tine. E ainda que tivesse o dom da profecia, e conhecesse todos os mistérios e toda a ciência, e ainda que tivesse toda a fé, de maneira tal que transportasse os montes, e não tivesse Amor, nada seria. E ainda que distribuísse toda a minha fortuna para sustento dos pobres, e ainda que entregasse o meu corpo para ser queimado, se não tivesse Amor, nada disso me aproveitaria. O Amor é paciente, é benigno; o Amor não é invejoso, não trata com leviandade, não se ensoberbece, não se porta com indecência, não busca os seus interesses, não se irrita, não suspeita mal, não folga com a injustiça, mas folga com a verdade. Tudo tolera, tudo crê, tudo espera e tudo suporta. O Amor nunca falha. Havendo profecias, serão aniquiladas; havendo línguas, cessarão; havendo ciência, desaparecerá; porque, em parte conhecemos, e em parte profetizamos; mas quando vier o que é perfeito, então o que é em parte será aniquilado. Quando eu era menino, falava como menino, sentia como menino, discorria como menino, mas, logo que cheguei a ser homem, acabei com as coisas de menino. Porque agora vemos por espelho em enigma, mas então veremos face a face; agora conheço em parte, mas então conhecerei como também sou conhecido. Agora, pois, permanecem a fé, a esperança e o amor, estes três; mas o maior destes é o Amor.

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