País da fraude...País da falta de educação...País do “jeitinho”...Sujeira
e pobreza por todo canto...Mais um fim de tarde no metrô de São Paulo. Pressa,
muita pressa! Com licença? O que isso significa? Não, não é fácil passar incólume
por essa experiência...Enquanto tento manter minha serenidade, esses
pensamentos transbordam de minha mente e imagino como seria doce ter nascido
num lugar bem bonito e perfumado, cheio de gente bem educada e beleza...Mas não! Fui
nascer bem aqui...Sabem por quê? Porque é este país, esta cidade que me dá a oportunidade
de ver uma cena dessas: descendo uma escada rolante, dentro do terminal
Bandeira, percebo uma senhora maltrapilha que “mora” por ali. Ela estava
acomodada nos últimos degraus da escada fixa. Ao seu lado, ajoelhada no chão,
uma jovem que, certamente, preenche os dados de endereço residencial quando precisa cadastrar-se em algum lugar...Ao lado das duas, uma bolsinha com itens de primeiros socorros. A
garota, no momento em que passei por elas, estava envolvendo a perna ferida da
mendiga numa gaze. Com o zelo e o carinho de quem cuida de um filho. Prestando bastante
atenção, seria possível ver as estrelinhas que emanavam das duas...
Bom ver miséria e dor? Não, é óbvio...Bonito é poder ver, nestes gestos, a beleza da caridade. Flores brotando na lama...
Momentos como este me mostram como tudo, tudo mesmo
faz sentido...
I Epístola de Paulo aos
Coríntios
Ainda que eu falasse as
línguas dos homens e dos anjos,
e não tivesse Amor, seria como o metal
que soa ou como o sino que tine. E ainda que tivesse o dom da profecia, e
conhecesse todos os mistérios e toda a ciência, e ainda que tivesse toda a fé, de
maneira tal que transportasse os montes, e não tivesse Amor, nada seria. E
ainda que distribuísse toda a minha fortuna para sustento dos pobres, e ainda
que entregasse o meu corpo para ser queimado, se não tivesse Amor, nada disso
me aproveitaria. O Amor é paciente, é benigno; o Amor não é invejoso, não trata
com leviandade, não se ensoberbece, não se porta com indecência, não busca os
seus interesses, não se irrita, não suspeita mal, não folga com a injustiça,
mas folga com a verdade.
Tudo tolera, tudo crê, tudo espera e
tudo suporta. O Amor nunca falha. Havendo profecias, serão aniquiladas; havendo
línguas, cessarão; havendo ciência, desaparecerá; porque, em parte conhecemos,
e em parte profetizamos; mas quando vier o que é perfeito, então o que é em
parte será aniquilado. Quando eu era menino, falava como menino, sentia como
menino, discorria como menino, mas, logo que cheguei a ser homem, acabei com as
coisas de menino. Porque agora vemos por espelho em enigma, mas então veremos
face a face; agora conheço em parte, mas então conhecerei como também sou
conhecido. Agora, pois, permanecem a fé, a esperança e o amor, estes três; mas
o maior destes é o Amor.
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