terça-feira, 30 de agosto de 2011

Tudo tão simples...

Nesses tempos sem escrever, me deparei com dois livros cujo assunto é a própria gentileza. Um deles, presente do Meu Amor, chama-se Gentileza e foi escrito por Gabriel Chalita. Bem, parece que este livro é de autoria da pessoa que me presenteou...Não sei se já mencionei aqui, mas o Meu Amor é talvez a pessoa mais gentil que eu conheço...Este espaço, em algum instante, será reservado exclusivamente a ele...Mas voltando ao livro: ele fala de coisas bem simples, como sorrir para quem  mal conhecemos, usar as “palavrinhas mágicas” (por favor, obrigada, me desculpe...), ser leve, ser tolerante...Sim, coisas bem simples...Nada extraordinário, nada que seja impossível...O outro livro chama-se A Arte da Gentileza e foi escrito por Piero Ferruci. São histórias de gentileza pelas quais o autor passou ou, de alguma forma, presenciou. Uma delícia de leitura! E o autor comenta, ainda na introdução, sobre como é simples ser gentil: “a gentileza possui muitas facetas, mas sua essência é simplíssima. Veremos que a gentileza é uma forma de fazer menos esforço. Trata-se da atitude mais econômica que existe, uma vez que nos poupa a energia que poderíamos desperdiçar com suspeitas, preocupações, ressentimentos, manipulações e defesas desnecessárias.” Releia a frase anterior. Não é que é verdade ??? Quanta energia gastamos com atitudes e pensamentos deselegantes e egoístas! Sim, é mais fácil ser gentil! Ser gentil, ser simples, é retomar o Ser que somos. Sem medos...Sem esforço. Ser gentil é...SER! Simplesmente...
Pensando no ser gentil, me vem ainda o quanto pode ser gratificante o ofício de psicoterapeuta. Todo profissional, dentro de sua própria área, pode ser extremamente bem sucedido se usar de gentileza e colocar bastante amor no que faz. Mas penso agora num profissional da Psicologia e no quanto sua doação faz toda a diferença para um tratamento ter sucesso. O psicoterapeuta dedicado traz de volta a importância do ser olhado, do ser escutado e, algumas vezes, do ser tocado. Traz para a criança interior do paciente novamente a oportunidade de sentir-se amada. Ashley Montagu, em sua obra Tocar, O Significado Humano da Pele, já falava dessa importância, de quanto a falta do contato pode ser letal. Toda minha admiração, pois, aos psicólogos e psicoterapeutas dedicados, pois colocam em prática o gentil ofício de salvar das trevas da alma muitos daqueles que estão em busca da luz interior, do autoconhecimento que salva da prisão em si mesmo.
Mas é certo que todos nós podemos, em alguma medida, praticar esse tipo de gentileza no cotidiano. Tenho uma amiga, por exemplo, que faz isso com frequência. Está sempre tendo pequenas atitudes de gentileza, como ajudar um colega em dificuldades no trabalho ou repartir seu lanche com algum amigo. É bonito de ver! Sua última peripécia foi conseguir manter contato com um senhor que mora no mesmo condomínio. Ele recentemente teve um AVC e não consegue se comunicar nem mesmo com seus familiares. Pois ela conseguiu conversar com ele, descobriu as maneiras mais fáceis de comunicar-se e já pede para que ele responda perguntas formuladas por ela (geralmente sobre o time preferido do senhor, porque  ela conseguiu descobrir qual é)  e faça contas de somar e diminuir. Ela diz que quer manter a mente do idoso trabalhando, para evitar  problemas futuros em sua mente. Alguém poderá dizer: “Ah, mas não temos tempo para isso!”. Bom, minha amiga trabalha, estuda e tem uma casa para cuidar junto com o marido. Encontrou tempo...Conseguiu, com paciência, amor, dedicação e  muita gentileza, contato com uma pessoa que perdeu a qualidade de seus sentidos.
E é isso...A vida nos dá oportunidades todos os dias de sermos pessoas melhores para o mundo, para o próximo...Nos mostra que é simples...Basta querermos enxergar essas oportunidades. E, acima de tudo, dar importância ao que é, de fato, importante.

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